Dinheiro antigo foi encontrado após a morte de Paulo Abreu, aos 77 anos em Araguaína, no norte do Tocantins. Dinheiro era equivalente a 791 salários mínimos em 1988, avalia especialista. Cruzados e moedas antigas são encontrados for irmãos em Araguaína
Reprodução/TV Anhanguera
Os 32 milhões de Cruzados encontrados pelo técnico de manutenção Waloar Pereira Magalhães e os irmãos, após o falecimento do pai, valeriam em torno de R$ 23,6 milhões se fossem atualizados pela inflação acumulada entre 1990 e 2024. A conta é apenas para fins de comparação, pois atualmente a “fortuna” não possui valor financeiro oficial. (Entenda mais abaixo)
O cálculo foi feito a partir do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), pelo conselheiro do Conselho Federal de Economia (Cofecon) e mestre pela Universidade de Oxford, no Reino Unido, Eduardo Araújo.
“Esta atualização foi feita usando o IPCA, que representa o índice oficial de inflação no Brasil e reflete o aumento médio dos preços no período. O cálculo foi feito sem incluir qualquer rendimento adicional, como taxas de juros (por exemplo, que se tem ao deixar dinheiro investido), o que torna o valor conservador e fiel ao impacto da inflação”, disse.
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Cédulas de Cruzados herdadas pelos irmãos Valadares, em Araguaína
Reprodução/TV Anhanguera
A ‘herança’ de 32 milhões de Cruzados foi encontrada pelos filhos do Paulo Abreu, após o falecimento dele aos 77 anos, em 2012. Além de uma garrafa cheia de moedas, o idoso também deixou uma mala repleta de maços de cédulas.
O Cruzado circulou no Brasil entre 1986 e 1989. Depois do Cruzado, vieram o Cruzado Novo (1989-1990), o Cruzeiro (1990-1993), o Cruzeiro Real (1993-1994) e, finalmente, o Real.
“Considerando que o Brasil passou por diversos planos econômicos, o valor atualizado representa uma estimativa do que seria necessário hoje para preservar o poder de compra original daquele montante, corrigido apenas pela variação de preços ao longo dos anos”, diz o conselheiro.
Waloar Pereira conta que o pai, Paulo Abreu, foi garimpeiro, trabalhou como dentista e com a compra e venda de imóveis. O dinheiro foi guardado em uma ‘poupança física’, por mais de 30 anos, porque o idoso não confiava em bancos.
Os filhos de Paulo Abreu sabiam da garrafa com moedas que ficava à vista, mas desconheciam a existência da mala até a morte do pai. Após a descoberta, o Waloar guardou o dinheiro até 2024, quando viu uma reportagem falando sobre moedas antigas e decidiu tentar vendê-las.
Notas de Cruzados encontradas por família em Araguaína
Reprodução/TV Anhanguera
Segundo o Banco Central, o prazo de recolhimento dos Cruzados se encerrou em 31/07/1989 para as cédulas de Cz$ 1 e Cz$ 5 e em 30/09/1989 para as cédulas de Cz$ 10, Cz$ 50 e Cz$ 100. Ou seja, não é mais possível converter em real a moeda antiga.
O conselheiro Eduardo Araújo explica que se o dinheiro tivesse sido trocado quando novas moedas surgiram e investido em uma instituição financeira, o valor da fortuna seria bem maior.
“Aplicados em um investimento conservador com rendimentos básicos, como a taxa Selic, o valor hoje seria significativamente maior que R$ 23,6 milhões.”
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Quanto valia a fortuna na década de 1980
O colecionador Rafael Augusto, membro da Sociedade Numismática Brasileira (SNB) e proprietário de um site de leilões, avaliou o tamanho da fortuna na época. Segundo ele, o dinheiro daria para comprar pelo menos oito casas em 1988.
“Vamos assumir como base o final do plano Cruzado (dezembro de 1988), de acordo com um anúncio no Jornal do Brasil de 28 de dezembro de 1988 era possível comprar uma casa de madeira com 2 quartos, sala, cozinha e banheiro, feita sob encomenda, pelo equivalente a 3.890.000 de Cruzados. Portanto os 32 milhões de cruzados, em tese, comprariam oito casas dessas e ainda sobraria troco”, explicou.
Outro caminho para avaliar o valor da fortuna seria com base no salário mínimo oficial da época.
“Com base no salário mínimo da época (40.425 Cruzados), ele tinha aproximadamente pouco mais de 791 salários mínimos.”
O cálculo feito pelo especialista utiliza o salário mínimo que vigorava no início de dezembro 1988, no último ano de circulação dos Cruzados. Durante este mesmo ano a moeda e o salário variaram bastante.
Waluar Pereira Valadares mostra Cruzados que encontrou em mala após morte do pai
Reprodução/TV Anhanguera
Fortuna esquecida em mala perdeu o valor financeiro
Segundo especialistas, as notas e moedas encontradas pelos irmãos não têm valor financeiro, mas poderiam interessar a colecionadores. O presidente do Clube Numismático do Rio de Janeiro, André Luiz Padilha, explica que a forma como as cédulas foram guardadas afeta o valor comercial.
“O fato de terem encontrado as cédulas dobradas, já todas unidas, com manchas, marcas, dobras, e por serem cédulas que tiveram uma grande produção, uma grande impressão, elas têm um valor numismático já muito baixo comparado às cédulas muito novas. Então, as cédulas gastas já não têm mais valor nenhum”, afirma.
Rafael Augusto concorda, mas destaca o valor histórico. “Infelizmente, hoje, todo esse montante praticamente não tem mais valor financeiro, apenas valor histórico, pois são cédulas e moedas muito comuns entre os colecionadores por terem sido feitas em enorme quantidade devido ao período de grande inflação”, disse o especialista.
O valor de cada nota, segundo o especialista, está em centavos de real. “Para colecionadores, que revenderiam a grande maioria das peças ou para artesãos ou para desmanche do metal, o valor aproximado de todo esse achado seria na faixa de 10 a 20 centavos por cada nota, e 10 a 20 reais o quilo das moedas.”
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Reprodução/TV Anhanguera
Os 32 milhões de Cruzados encontrados pelo técnico de manutenção Waloar Pereira Magalhães e os irmãos, após o falecimento do pai, valeriam em torno de R$ 23,6 milhões se fossem atualizados pela inflação acumulada entre 1990 e 2024. A conta é apenas para fins de comparação, pois atualmente a “fortuna” não possui valor financeiro oficial. (Entenda mais abaixo)
O cálculo foi feito a partir do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), pelo conselheiro do Conselho Federal de Economia (Cofecon) e mestre pela Universidade de Oxford, no Reino Unido, Eduardo Araújo.
“Esta atualização foi feita usando o IPCA, que representa o índice oficial de inflação no Brasil e reflete o aumento médio dos preços no período. O cálculo foi feito sem incluir qualquer rendimento adicional, como taxas de juros (por exemplo, que se tem ao deixar dinheiro investido), o que torna o valor conservador e fiel ao impacto da inflação”, disse.
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Cédulas de Cruzados herdadas pelos irmãos Valadares, em Araguaína
Reprodução/TV Anhanguera
A ‘herança’ de 32 milhões de Cruzados foi encontrada pelos filhos do Paulo Abreu, após o falecimento dele aos 77 anos, em 2012. Além de uma garrafa cheia de moedas, o idoso também deixou uma mala repleta de maços de cédulas.
O Cruzado circulou no Brasil entre 1986 e 1989. Depois do Cruzado, vieram o Cruzado Novo (1989-1990), o Cruzeiro (1990-1993), o Cruzeiro Real (1993-1994) e, finalmente, o Real.
“Considerando que o Brasil passou por diversos planos econômicos, o valor atualizado representa uma estimativa do que seria necessário hoje para preservar o poder de compra original daquele montante, corrigido apenas pela variação de preços ao longo dos anos”, diz o conselheiro.
Waloar Pereira conta que o pai, Paulo Abreu, foi garimpeiro, trabalhou como dentista e com a compra e venda de imóveis. O dinheiro foi guardado em uma ‘poupança física’, por mais de 30 anos, porque o idoso não confiava em bancos.
Os filhos de Paulo Abreu sabiam da garrafa com moedas que ficava à vista, mas desconheciam a existência da mala até a morte do pai. Após a descoberta, o Waloar guardou o dinheiro até 2024, quando viu uma reportagem falando sobre moedas antigas e decidiu tentar vendê-las.
Notas de Cruzados encontradas por família em Araguaína
Reprodução/TV Anhanguera
Segundo o Banco Central, o prazo de recolhimento dos Cruzados se encerrou em 31/07/1989 para as cédulas de Cz$ 1 e Cz$ 5 e em 30/09/1989 para as cédulas de Cz$ 10, Cz$ 50 e Cz$ 100. Ou seja, não é mais possível converter em real a moeda antiga.
O conselheiro Eduardo Araújo explica que se o dinheiro tivesse sido trocado quando novas moedas surgiram e investido em uma instituição financeira, o valor da fortuna seria bem maior.
“Aplicados em um investimento conservador com rendimentos básicos, como a taxa Selic, o valor hoje seria significativamente maior que R$ 23,6 milhões.”
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O colecionador Rafael Augusto, membro da Sociedade Numismática Brasileira (SNB) e proprietário de um site de leilões, avaliou o tamanho da fortuna na época. Segundo ele, o dinheiro daria para comprar pelo menos oito casas em 1988.
“Vamos assumir como base o final do plano Cruzado (dezembro de 1988), de acordo com um anúncio no Jornal do Brasil de 28 de dezembro de 1988 era possível comprar uma casa de madeira com 2 quartos, sala, cozinha e banheiro, feita sob encomenda, pelo equivalente a 3.890.000 de Cruzados. Portanto os 32 milhões de cruzados, em tese, comprariam oito casas dessas e ainda sobraria troco”, explicou.
Outro caminho para avaliar o valor da fortuna seria com base no salário mínimo oficial da época.
“Com base no salário mínimo da época (40.425 Cruzados), ele tinha aproximadamente pouco mais de 791 salários mínimos.”
O cálculo feito pelo especialista utiliza o salário mínimo que vigorava no início de dezembro 1988, no último ano de circulação dos Cruzados. Durante este mesmo ano a moeda e o salário variaram bastante.
Waluar Pereira Valadares mostra Cruzados que encontrou em mala após morte do pai
Reprodução/TV Anhanguera
Fortuna esquecida em mala perdeu o valor financeiro
Segundo especialistas, as notas e moedas encontradas pelos irmãos não têm valor financeiro, mas poderiam interessar a colecionadores. O presidente do Clube Numismático do Rio de Janeiro, André Luiz Padilha, explica que a forma como as cédulas foram guardadas afeta o valor comercial.
“O fato de terem encontrado as cédulas dobradas, já todas unidas, com manchas, marcas, dobras, e por serem cédulas que tiveram uma grande produção, uma grande impressão, elas têm um valor numismático já muito baixo comparado às cédulas muito novas. Então, as cédulas gastas já não têm mais valor nenhum”, afirma.
Rafael Augusto concorda, mas destaca o valor histórico. “Infelizmente, hoje, todo esse montante praticamente não tem mais valor financeiro, apenas valor histórico, pois são cédulas e moedas muito comuns entre os colecionadores por terem sido feitas em enorme quantidade devido ao período de grande inflação”, disse o especialista.
O valor de cada nota, segundo o especialista, está em centavos de real. “Para colecionadores, que revenderiam a grande maioria das peças ou para artesãos ou para desmanche do metal, o valor aproximado de todo esse achado seria na faixa de 10 a 20 centavos por cada nota, e 10 a 20 reais o quilo das moedas.”
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