Veronica Medeiros/g1
iPhone 16 e Galaxy S24 estão no topo da lista de desejos de muita gente. Mas como é usar esses aparelhos todo dia? São bons mesmo como os fabricantes prometem?
O Guia de Compras testou os dois smartphones.
Eles também são uma alternativa mais em conta na comparação com seus irmãos “maiores”, o iPhone 16 Pro Max e Galaxy S24 Ultra, que tiram fotos com mais zoom, têm telas maiores e são mais caros.
Na avaliação, foram levados em conta o desempenho, a bateria, o design e as câmeras.
Recursos de inteligência artificial já fazem parte dos aparelhos da Samsung desde janeiro, mas só agora começam a chegar aos smartphones da Apple.
No iPhone, a Apple Intelligence ainda está em fase de testes e restrita ao idioma inglês.
Qual iPhone escolher: 15 ou 16?
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Veja o resultado da avaliação a seguir e, ao final, a conclusão e como foram feitos os testes.
Apple iPhone 16
O iPhone 16 faz parte da “primeira geração” de celulares com recursos de inteligência artificial da marca, chamada Apple Intelligence. O aparelho tira ótimas fotos e a bateria dura muito tempo.
O smartphone foi lançado no Brasil no final de setembro de 2024, e roda o sistema operacional iOS 18, ainda sem ter recursos da Apple Intelligence disponíveis.
Durante os testes, foi utilizada a versão 18.1 beta, já com IA apenas em inglês.
O lançamento oficial da funcionalidade de inteligência artificial da Apple deve ocorrer na próxima semana, ainda em inglês. A previsão de lançamento em português é apenas para 2025.
O iPhone 16 com 128 GB de armazenamento era vendido nas lojas on-line no meio de outubro na faixa dos R$ 7.800.
Samsung Galaxy S24
O Samsung Galaxy S24 faz parte da geração mais recente dos celulares da marca, lançada no final de janeiro. Por conta disso, o valor já baixou bastante e ele custa menos que o iPhone 16.
Em outubro, o Galaxy S24 com 128 GB de armazenamento era vendido por R$ 5.400, contra os R$ 7.800 do rival.
Tira ótimas fotos e tem uma excelente duração de bateria. O smartphone roda sistema Android 14.
A grande novidade que a Samsung oferece nessa linha são os recursos de inteligência artificial integrados, alguns feitos pela própria marca e outros desenvolvidos em parceria com o Google.
Desempenho
Nos testes de performance (leia ao final como eles são feitos), o iPhone 16 foi mais veloz que o Galaxy S24.
Esses testes avaliam o uso simulado do aparelho no dia a dia. De qualquer forma, nenhum dos dois ficou lento ou travou durante o uso.
Usar o recurso de remover itens da imagem no iPhone 16 foi mais rápido que no Galaxy S24, com menos tempo de processamento. Mas nenhum dos dois travou.
Para jogos e vídeos, o Galaxy S24 foi mais rápido que o iPhone 16 nos testes de desempenho gráfico.
Bateria
Os dois celulares podem passar bastante tempo longe da tomada. Durante os testes, o Galaxy S24 bateu 14h04 de uso e o iPhone 16, 13h30.
É sempre bom ressaltar que cada pessoa tem um padrão de uso e que, na prática, o celular não vai ficar sem bateria após esse período.
Também dá para ativar o modo de economia de energia nos dois aparelhos, caso seja necessário.
Design
Vistos de frente e de lado, Galaxy S24 e iPhone 16 são bastante parecidos, com uma estrutura de alumínio nas laterais e acabamento em vidro na traseira.
A diferença fica apenas no número de câmeras: são 3 no Galaxy e 2 no iPhone.
A tela do Samsung é 0,1 polegada maior – 6,2” no Galaxy, contra 6,1” na Apple. As dimensões são quase as mesmas – 147 x 70,6 x 7,6 mm (altura x largura x espessura) no Galaxy contra 147,6 x 71,6 x 7,8 mm no iPhone.
O Galaxy é um pouco mais leve (167 gramas) que o concorrente (170 gramas).
O iPhone 16 tem versões nas cores preto, branco, rosa, verde-acinzentado e ultramarino. Já o Galaxy S24 conta com opções em preto, creme, violeta e cinza.
Câmeras
Com 48 megapixels de resolução na câmera principal do iPhone 16 e 50 mp na do Galaxy S24, é quase impossível tirar fotos ruins com os celulares.
A diferença mesmo está no modo que as cores são reproduzidas, como mostram as imagens abaixo tiradas com minutos de diferença.
O iPhone 16 conta com duas câmeras na traseira – a principal e uma grande angular de 12 megapixels.
O modelo da Apple consegue tirar fotos com zoom de 2x, mesmo sem ser um zoom óptico como no Galaxy S24.
É um truque já presente desde o iPhone 15 (veja o teste): o iPhone recorta e aproxima a imagem de 48 megapixels, gerando uma foto boa de 12 mp.
O Galaxy S24 vem com três lentes na traseira: a principal, uma teleobjetiva de 10 mp e uma grande angular de 12 mp.
No zoom, o modelo da Samsung chega a 3x de zoom óptico, sem precisar “recortar” a imagem como no concorrente.
O zoom digital máximo do iPhone chega a aproximar 10x com um resultado razoável se a iluminação estiver muito boa – e que ficou bem abaixo do obtido nos 10x do Galaxy (que pode até chegar a 30x, com muita perda de qualidade).
Veja abaixo:
A diferença mesmo está no modo que as cores são rp
Em ambos os aparelhos é possível tirar as fotos na resolução máxima, mas vale lembrar que os arquivos costumam ocupar mais espaço. Na configuração automática, as fotos da Apple ficam com 24 mp e as da Samsung, com 12 mp.
Comparando as fotos lado a lado, uma diferença é visível. As fotos do Galaxy S24 ficam com a coloração amarelada e “quentes”.
As do iPhone 16 tendem a ficar mais neutras. Isso vale para fotos diurnas e noturnas.
A câmea
Nas selfies (ambos com 12 mp de resolução), as feitas no iPhone 16 parecem mais realistas que as do Galaxy S24.
Nos retratos, o desfoque das câmeras dos dois celulares é excelente, separando a pessoa/objeto fotografado do fundo.
De novo, dá para ver a diferença entre o estilo de cores das marcas.
Mas o iPhone permite editar as fotos depois para ficarem com o modo Retrato “ativado” com o efeito, mesmo que tenham sido feitas com a câmera no modo automático.
À noite, com menos luz, o resultado das duas câmeras também é muito bom. Um exemplo ao lado de fora de casa na imagem abaixo.
Outro exemplo dentro de casa, com pouca luz, nas fotos seguintes. Parecem dois gatos totalmente diferentes.
xi deve ocorrer na prói, ainda em inglês.
O iPhone 16 oferece ainda uma diferença na hora de fotografar: o celular conta com um sensor na lateral que atua como um botão de disparo.
É um sensor sensível ao toque, não um botão (apesar de parecer com um), localizado na lateral direita do aparelho. Sua função é única: comandar a câmera.
Um clique nele e a câmera entra em ação. Outro toque e ele tira uma foto, sem precisar tocar na tela.
Dois toques e é possível alternar entre as funções da câmera, com ajuste de exposição, profundidade, zoom, alternar entre as lentes e entre os estilos e tons de cores
Recursos de inteligência artificial
No Samsung Galaxy S24, foi possível utilizar os recursos (todos disponíveis em português) e entender que eles são uma funcionalidade que pode ser útil para o dono do aparelho.
Duelo de celulares: Galaxy S24 x iPhone 15
Os mais convenientes são o recurso de “circular para buscar” e o editor avançado de fotos.
O primeiro, ativado com um toque na base da tela, permite fazer buscas no Google circulando palavras ou imagens, com resultados bastante rápidos. Nada que um app do buscador não faria, com a facilidade de apenas rabiscar na tela e ter uma resposta quase imediata.
O segundo é integrado ao editor de fotos e complementa alguns recursos que a Samsung já oferecia, como um “apagador de objetos” nas imagens.
Esse editor utiliza a IA para gerar “pedaços” de imagens.
Basta selecionar o recurso, desenhar com o dedo em torno do item que será modificado e mover, aumentar ou reduzir ou até excluir o item.
Galaxy S24: original com árvores, seleção, edição e resultado final modificado
Henrique Martin/g1
Dá também para rabiscar coisas e inseri-las nas fotos, incluindo elementos artificiais nas imagens.
A IA preenche, de forma automática, as partes que foram removidas ou aumentadas na imagem. Os resultados são bastante aceitáveis – mas a imagem nova ganha um selinho para dizer que foi modificada. É o processo que mais leva tempo para mostrar um resultado.
A câmera do Galaxy S24 também utiliza recursos de IA – como ajuste automático de contraste nas fotos. Mas isso já estava presente em versões antigas da linha Galaxy S e A.
Já no iPhone 16, os recursos da Apple Intelligence ainda não estão disponíveis para o consumidor e serão lançados em breve apenas em inglês em uma atualização do sistema operacional iOS.
A versão em português da Apple Intelligence deve chegar somente em 2025.
Para conseguir rodar a Apple Intelligence, foi preciso baixar uma versão de testes da Apple (iOS 18.1) e usar o sistema todo em inglês.
Grande parte dos recursos da Apple Intelligence requerem o uso intensivo do inglês – como resumos de e-mails, mensagens de texto e do WhatsApp. Se os textos estiverem em português, não tem muito o que fazer por enquanto.
Mesmo para pedir informações para a assistente Siri é preciso falar inglês. Se trocar o idioma de volta para o português, as funcionalidades do Apple Intelligence ficam indisponíveis.
Mas um recurso é “universal” e não depende do idioma: o editor de fotos da Apple pode apagar objetos das imagens.
É algo parecido, mas diferente, do que o Galaxy S24 faz. O da Apple só apaga e substitui o conteúdo, o da Samsung pode apagar, mas também aumentar ou inserir outros itens artificiais.
O método de selecionar o item pareceu mais preciso na Apple que na Samsung.
Os resultados do iPhone, ainda que em uma versão de testes do sistema, foram até melhores que os encontrados no Galaxy.
Veja na imagem abaixo um exemplo com selfies feitas com os dois celulares e itens removidos do fundo.
Selfies feitas com o iPhone 16 (à esquerda) e com o Galaxy S24 (à direita), ao lado das suas edições com inteligência artificial para remover objetos do fundo
Henrique Martin/g1
Vale lembrar que outros recursos de fotografia do iPhone 16, como o foco automático para imagens estilo Retrato e grandes panoramas – que colam várias fotos em uma só – utilizam recursos de IA.
Ou as “live photos”, que permitem edição de imagem e movimento após a captura.
Algo em comum na inteligência artificial da Apple e da Samsung é que as fabricantes colocam um “selo digital” que identifica o arquivo como modificado por IA.
Esses dados aparecem na informação das fotos.
Na imagem abaixo, à esquerda, os dados da foto feita no iPhone 16 mostram a informação “Modificado com o Clean Up” para indicar a alteração.
No Galaxy S24, a frase “Inclui conteúdo gerado por IA”.
Ao modificar uma imagem com inteligência artificial, tanto o iPhone 16 (à esquerda) quanto o Galaxy S24 deixam informações na foto
Reprodução
A Samsung até coloca um selinho visível nas imagens modificadas, mas isso é fácil de recortar.
Conclusão
Respondendo à pergunta lá do começo, vale a pena investir tanto no Galaxy S24 quanto no iPhone 16.
São aparelhos premium, com alto desempenho, ótimo design, baterias que duram muito e câmeras que tiram fotos muito boas.
A escolha entre um ou outro depende do que você já tem em mãos, seja um iPhone ou um Android mais antigos.
Se for um modelo de 2021 ou anterior, pode valer a pena atualizar para um iPhone 16 ou Galaxy S24. Se optar por um iPhone mais antigo, saiba qual escolher.
Se for um celular mais novo, talvez não valha tanto a pena trocar, já que os recursos e câmeras do S24 e do iPhone 16 não são muito diferentes dos modelos anteriores.
A atualização do sistema operacional é um ponto interessante entre as marcas. A Samsung diz que a linha Galaxy S24 terá sete anos garantidos de atualizações do Android.
A Apple não fala de maneira aberta sobre upgrades do iOS, mas costuma atualizar os celulares com uma nova versão do sistema iOS por cinco ou seis anos após seu lançamento, dependendo do modelo.
Seguindo essa lógica, o iPhone 16 deve ter novas versões do iOS até 2029 ou 2030.
Como foram feitos os testes
Para os testes de desempenho, foram utilizados três aplicativos: PC Mark e 3D Mark, da UL Laboratories, e o GeekBench 6, da Primate Labs. Eles simulam tarefas cotidianas dos smartphones, como processamento de imagens, edição de textos, duração de bateria e navegação na web, entre outros.
Esses testes rodam em várias plataformas – como Android, iOS, Windows e MacOS – e permitem comparar o desempenho entre elas, criando um padrão para essa comparação.
Para os testes de bateria, as telas dos smartphones foram calibradas para 70% de brilho, para poder rodar o PC Mark. Isso nem sempre é possível, já que nem todos os aparelhos permitem esse ajuste fino.
A bateria foi carregada a 100% e o teste rodou por horas até chegar ao final da carga. Ao atingir 20% ou menos de carga, o teste é interrompido e mostra o quanto aquele smartphone pode ter de duração de bateria, em horas/minutos.
Os produtos foram cedidos para o teste e serão devolvidos.
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